Canto Lunar é uma linda canção, com inspirada
letra de Denise Emmer, poetisa carioca. Cantada magistralmente pelo Grupo
Tarancón, é melhor ainda. Fala da lua. Oh! Lua, que navega serena; que corre
apaixonada. Lua que é das princesas; que é dos carroceiros, que é dos catadores.
E também dos prisioneiros. Lua que é da cidade, que é da humanidade, que é de quem quiser.
Aprendi a ouvi-la repetidas vezes. Linda
música, que nos remete aos que lutam pelas liberdades. Com ela, meus
pensamentos navegam de Ipanema até o Irã; passam por Saigon e pelo vasto Vietnam,
seguindo a lua que enche o céu de luz neon. Com minha lua apaixonada, vou até
as estepes; vou do norte ao oeste; do sul até o sudeste.
É mais que uma música, é um canto de
liberdade. Oh! Lua, que brilha sobre os animais, fustiga o lobo e o lobo silva
na mata, uiva na neve. Lobo de prata que silva na cidade; que uiva pela
humanidade. Que uiva e silva onde quiser. Que repele o açoite, que repele as
grades, num canto de liberdade!
A lua brilha nas duas Lençóis, a paulista e a
baiana; brilha em Reykjavik e em Bangladesh. Brilha em Sarajevo e em Nova
Delhi. Brilha sobre as mulheres de Atenas, sobre todas as mulheres, brilha nos
subúrbios e nas favelas. Seu brilho se reflete nos cristais de quartzo dos
caminhos do paraíso de São Jorge; o Luar de Agosto brilha na minha
vida e nos meus belos horizontes.
Oh! Lua! Lua linda, que brilha pelos
defensores, pelos que brigam contra os opressores. Brilha sobre os tabuleiros
quadriculados e sobre os tambores. Ilumina os negros, os namoradores e os
carregadores. Brilha pelos professores; brilha, enfim, por todos trabalhadores.
Ilumina as tundras e os apalaches, os serrados
e os pampas. A lua é de quem quiser. Oh! Lua Rainha! Brilha nos céus de
Diamantina. Brilha em todas as cidades. Brilha nos céus em guerra e
derrama sobre os povos um luar de paz! Brilha pelas liberdades. Brilha pela
humanidade!
Canto lunar é uma linda música, sem dúvida.
Pode ouvir quem quiser.
Foto da super-lua em novembro de 2016, por Santino Frezza
Indiferente aos humildes ou poderosos, aos fracos e oprimidos, aos de nenhuma esperança ou aqueles que anseiam pelo romper da manhâ, aos que estão fartos ou aqueles que não sabem quando irão comer, às minorias, aos desiludidos, aos deficientes, aos idosos ou recém-nascidos, aos prisioneiros, aos doentes ou sãos...Brilha ela indiferente.
ResponderExcluirEm todo seu esplendor e glória seculares!!
Bonita mensagem, Marcos. Poética e, acima de tudo, humana. Muito obrigado e bom final de semana.
ExcluirCaramba, professor... Que lindo texto. Isso é inspiração divina... só pode ser. Abraços.... (Blanco)
ResponderExcluirPrezado Blanco, muito obrigado pela presença. Mas os méritos são todos da compositora carioca Denise Emmer, autora de Canto Lunar - eu apenas me deixei levar pela tocante poesia nela inserida. Um grande abraço, meu amigo.
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