Absorto,
imerso nas lides recorrentes,
não
me dei conta do horror que sobrevinha.
Sem
nem olhar pra trás, um gelo na espinha,
corri sem ver as despedidas pendentes.
Xadrez na São Bento, lances inocentes.
Fixo
na sala, o quadro branco definha.
Tudo
some da mente que se abespinha:
nem sei
das últimas estrelas cadentes.
Quando
tristonho na madrugada insone
em ermo
“Deserto de Neve” me vejo,
pronto
quem me socorre é Tarancón.
Nas
horas de banzo vou de Morricone.
E se
me maltrata a lembrança do andejo,
procuro
pelo Astor do bandoneón.
Belo soneto, sugestivo, cheio de imagens, flashes deste cotidiano inusitado que estamos vivendo...
ResponderExcluirOs tercetos com as referências musicais sugerem ritmos harmônicos do repertório de resistência interior... em meio a rimas raras, bem sonoras...
Parabéns!
A arte é um bálsamo para a nossa vida; a música, em particular, é a nossa própria vida. Muito obrigado, Clarice Villac, pelas gentis palavras; muito me honra a sua visita.
Excluir