Nasci pelas mãos da parteira por não
ser delfim,
embalado no papelão para não passar
frio,
dormi no colchão de palha de milho (que
macio!).
Colhi merda de burro pra botarem no
jardim.
Cresci debulhando milho, carregando
capim,
picando cana, me enchendo de joçá
luzidio.
Nadei na terra solta como se fosse
num rio,
numa lata de marmelada comi meu
festim.
Feito hippie, tinha o símbolo da paz
no pescoço,
tamancos nos pés, bolsa de couro e calça
rasgada
que nunca nesse mundo pretendi ser um bom-moço.
Cabelos longos e barba grande, angu
de caroço
vadiando livre na noite que me foi legada.
Nudista no sol de Trancoso, na paz
sem sobrosso.
Olá,Ezio...
ResponderExcluirMuito bom... um poema autobiográfico?
Bárbaros porque falam da alma?
Que bom que nos visitou. Muito agradecido por isso. Sobre o título: versos bárbaros sãos aqueles versos com mais de 12 sílabas poéticas (métricas); tentei fazer esses versos com 14 sílabas poéticas/métricas, daí o nome do poema. Sobre ser um poema autobiográfico... hummmmmmm... e agora? O que responder?
ExcluirEditei o texto por imperiosa necessidade:- sobrosso (medo, receio, temor, etc.) estava grafado com "ç". Peço desculpas.
ResponderExcluirVersos brasileiros, com múltiplos sentidos até para o título, pois "Que bárbaro!" também é uma gíria do patropi...
ResponderExcluirE Viva a Vida!
E também, me lembrei dos "Doces Bárbaros"... show, filme, disco...
ResponderExcluir"... com amor no coração
preparamos a invasão...
tudo ainda é tal e qual...
e no entanto nada igual...
alto astral, altas transas,
muitas canções
nossos planos são muito bons..."
Sim, Doces Bárbaros! Bem me lembro! Era a marca do tropicalismo, com tanta gente boa, inesquecível.
ExcluirDez!!!!
ResponderExcluirDez!
ResponderExcluirMuito boa .
ResponderExcluirBela crônica!
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