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Despretensiosos e singelos: é assim que vejo minhas crônicas e meus contos. As crônicas retratam pedaços da minha vida; ora são partes da ...

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Poesia - Soneto para um chapéu

 

És de pano escalavrado, oh! meu chapéu,

presente que recebi de um lavrador.

Posto que farrapos, segues protetor:

no passo do tempo és meu sobrecéu.

 

Pelas lidas correntes sou menestrel

coberto do sol como um capinador.

Dos raros primados deste sonhador

Mereces tu, meu roto amigo, o laurel.

 

Alegres conhecemos belas Chapadas;

Juntos sofremos tristes tardes cinzentas

pisando nas pedras como penitentes.

 

Velho conhecedor das minhas paradas,

caminharás sozinho pelas tormentas 

quando eu descer à cova dos renitentes.




4 comentários:

  1. Nossa, professor! Não sabia que também era poeta! 👏👏👏 Adorei!

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    1. Muito agradecido pela sua visita, Pri De Bom. É sempre bem-vinda. Gosto de sonetos, mas ... quem me dera saber fazê-los adequadamente. Grande abraço.

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  2. Bonito soneto, com merecida homenagem ao companheiro de jornada, Parabéns!

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    1. De fato, tem sido um grande companheiro, de grandes e inesquecíveis jornadas. Forte abraço, Clarice Villac, e muito agradecido pela sua presença.

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