Tempo, tempo, tempo
Quando eu tiver saído
Para fora do teu círculo
Não serei nem terás sido
(Caetano Veloso)
Deu-se na chegada da hora inconteste
Enxergava jazendo emudecido
Espreitando calado o vento leste
Porém tudo escutando comovido.
Teve um que falou: sempre foi moleque!
Em riste levará o dedo médio.
Vai tarde, dispensa salameleque,
Nem surra de fio deu pra remédio.
Um outro cochichou fato verídico:
Meras coisinhas ganhou nessa vida.
Rendas parcas para simples causídico.
Mais não teria nem em sobrevida.
Parente falando de desmazelo
Roupas rotas sem norte navegando
O desalinho de barba e cabelo.
Ascoso cheiro de vela queimando.
Burburinhos, corpo rijo e gelado.
Voz rouca acolá: já sinto saudade!
Desce a tampa, de vez encastelado.
Adeus! Até breve linda beldade.
Uau, excelente texto professor, parabéns pela escrita de algo tão profundo.
ResponderExcluirÉ uma bela reflexão sobre o momento da partida da vida, da chegada da hora, a citação de Caetano Veloso foi sensacional, poesia pura.