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Despretensiosos e singelos: é assim que vejo minhas crônicas e meus contos. As crônicas retratam pedaços da minha vida; ora são partes da ...

sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Poesia - Hora chegada

                                                                          

Tempo, tempo, tempo

Quando eu tiver saído

 Para fora do teu círculo

 Não serei nem terás sido

(Caetano Veloso)




Deu-se na chegada da hora inconteste

Enxergava jazendo emudecido

Espreitando calado o vento leste

Porém tudo escutando comovido.

 

Teve um que falou: sempre foi moleque!

Em riste levará o dedo médio.

Vai tarde, dispensa salameleque,

Nem surra de fio deu pra remédio.

 

Um outro cochichou fato verídico:

Meras coisinhas ganhou nessa vida.

Rendas parcas para simples causídico.

Mais não teria nem em sobrevida.

 

Parente falando de desmazelo

Roupas rotas sem norte navegando

O desalinho de barba e cabelo.

Ascoso cheiro de vela queimando.

 

Burburinhos, corpo rijo e gelado.

Voz rouca acolá: já sinto saudade!

Desce a tampa, de vez encastelado.

Adeus! Até breve linda beldade.


Um comentário:

  1. Uau, excelente texto professor, parabéns pela escrita de algo tão profundo.

    É uma bela reflexão sobre o momento da partida da vida, da chegada da hora, a citação de Caetano Veloso foi sensacional, poesia pura.

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