Na voz de Teixeirinha (O Mundo do Circo): Hoje tem marmelada? Tem sim Senhor! Hoje tem goiabada? Tem sim Senhor! E o Palhaço o que é? É ladrão de mulher! Na voz de Zé Kéti (Máscara Negra): Tanto riso, tanta alegria, mais de mil palhaços no salão, Arlequim está chorando pelo amor da Colombina, no meio da multidão.
Cantado por
Nelson Gonçalves (Chão de Estrelas): Palhaço das perdidas ilusões, cheio dos
guizos falsos, das alegrias. Cantado por Miltinho e Elza Soares (Palhaçada): Cara
de Palhaço, pinta de Palhaço, roupa de Palhaço, Palhaço até o fim.
Nos versos de
Chico Buarque (A Valsa dos Clowns): Em toda canção o Palhaço é um charlatão,
esparrama tanta gargalhada da boca pra fora; dizem que o seu coração pintado
toda tarde de domingo chora. Eis o Velho Palhaço, Seu Chacrinha, Aquele abraço de
Gilberto Gil.
No cinema, Selton
Mello e Paulo José encarnaram o Palhaço em um filme memorável – e triste;
Joaquim Phoenix deu um colorido mórbido ao Coringa. No circo mambembe, nas ruas
de Gotham City, eis o Palhaço.
No começo dos
anos 1980, vi uma apresentação impecável de Egberto Gismonti, no TUCA, em São
Paulo. Solícito, conversou com a plateia e atendeu vários pedidos, numa empatia
total. E fez cara (premeditada, evidente) de espanto, quando gritamos: Palhaço...
Palhaço... E então nos brindou com os deliciosos
acordes da melancólica Palhaço.
Foi o ápice da
noite. Ensimesmado e como se absorvido pela tristeza, Egberto se transformou em
cada nota tirada das profundezas do seu ser. Poucas vezes o silêncio numa casa
de espetáculos foi tão absoluto como daquela vez; apenas o som dos teclados
magistralmente executados por mãos virtuosas.
Há quem diga
que o Palhaço é, no grande circo, apenas o ladrão do coração de uma mulher. O
mundo sempre foi um circo sem igual, onde uns representam bem ou mal, onde a
farsa de um Palhaço é natural – assim cantava Vanusa.
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